domingo, 25 de março de 2012


NÃO É BOATO. PAUL MCCARTNEY TOCA DIA 21 DE ABRIL NO RECIFE

Macca fará show no Estádio do Arruda num sábado, 21 de abril

Desde a última vinda de Paul McCartney ao Brasil que surgiram boatos sobre uma nova passagem dele por aqui quando incluiria a capital pernambucana no roteiro. Entre idas-e-vindas da conversa, já tinha virado até sarro nas redes sociais esta história do ex-Beatle tocar no Recife e a história tinha caído no descrédito.

Pois agora é oficial (está no site dele e tudo): Paul McCartney tocará no dia 21 de abril no Estádio do Arruda (Estádio José Rego Maciel) e as vendas pela internet já começaram ontem (domingo, 25) e nesta segunda já começam as vendas presenciais. O preço do ingresso varia R$ 80 a R$ 600. Serão disponibilizados à venda um total de 60 mil ingressos, divididos em Pista Premium, Pista, Cadeiras e Arquibancadas.

McCartney virá ao Brasil dentro da On the Run Tour que ele começou um mês depois de ter passado pela última vez pelo Brasil com a Up and Coming Tour - esta passou duas veze pelo país - em novembro de 2010 e em maio de 2011. Para os fãs, o repertório não deve ser muito diferente já que o CD mais recente é um projeto de resgate de canções dos anos 40 e 50 e não se adequa a shows de estádio. Desta vez, apenas Recife (PE) e Florianópolis (SC) - no dia 25 - receberão o velho Macca, que, no próximo dia 18 de junho, completará 70 anos de idade.

JENNIFER LOPEZ COMEÇARÁ TURNÊ PELO BRASIL. 
FORTALEZA ESTÁ CONFIRMADA NA ROTA

J´Lo fará quatro apresentações no Brasil. Ela cantará em Fortaleza dia 30 de junho

Jennifer Lopez está desembarcando no Brasil esta noite (25/3), pouco mais de um mês depois de ter conferido o carnaval como garota propaganda da Brahma. A assessoria da atriz, cantora e apresentadora divulga que ela irá exclusivamente a São Paulo para gravar participação no programa O Melhor do Brasil, de Rodrigo Faro, nos estúdios da TV Record. Seu objetivo é divulgar o reality show Q´Viva! The Chosen, que promete revelar talentos latino-americanos, nos moldes do American Idol, programa do qual também vem participando desde a temporada do ano passado como jurada. J´Lo é produtora do Q´Viva! e divide a apresentação com o cantor Marc Anthony, outro ídolo de ascendência latina muito popular nos EUA.

Mas não deve ficar só nisso. Muito provavelmente J´Lo, 42 anos, aproveitará a visita para anunciar oficialmente sua novíssima turnê que começará justamente pelo Brasil. Será a primeira excursão da cantora em anos que resolveu voltar para a estrada depois do megassucesso do álbum JLove?, lançado há quase um ano. A produtora brasileira XYZ Live já teria quatro datas acertadas: a estreia em São Paulo no dia 23 de junho, depois a turnê seguiria para o Rio de Janeiro no dia 26, posteriormente para Fortaleza (dia 30) e Recife (dia 1º de julho). As duas datas no Nordeste são uma parceria da XYZ com a Arte Produções e, segundo João Carlos Diógenes, contará também com a presença da diva baiana Ivete Sangalo no palco. 

Para Fortaleza ainda existe a dúvida se o show de Jennifer Lopez será realizado no novo Centro de Eventos e Feiras (a produtora aguarda liberação do espaço pelo Governo do Estado) ou no Marina Park Hotel.   

terça-feira, 13 de março de 2012


MARIA RITA CANTARÁ ELIS REGINA NO RECIFE

Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro são as outras cidades visitadas pelo projeto Nivea Viva Elis


Maria Rita interpretará repertório de Elis Regina pela primeira vez. Foto de Francisco Cepeda/AgNews

No último dia 9, foram anunciadas as datas do projeto Viva Elis, idealizado pelo primogênito de Elis Regina - o produtor e apresentador João Marcello Bôscoli - para marcar os 30 anos da morte da cantora. Serão apenas cinco apresentações, patrocinadas pela marca de cosméticos Nivea, onde pela primeira vez a filha de Elis, Maria Rita, 34 anos, subirá ao palco para executar um repertório marcado pelas canções imortalizadas por sua mãe.

A turnê começa por Porto Alegre (RS), cidade natal de Elis, no dia 24 de março (no próximo dia 17, ela completaria 67 anos). Segue para Recife no dia 1º de abril, com apresentação marcada para o Parque Dona Lindu (Praia de Boa Viagem), às 16 horas. As datas seguintes são: Belo Horizonte (dia 8/4, no Parque das Mangabeiras), São Paulo (22/4, no Auditório do Ibirapuera) e Rio de Janeiro (29/4,no Aterro do Flamengo). Todas as apresentações serão gratuitas e acontecerão em espaço público.

segunda-feira, 12 de março de 2012


MORRISSEY DEIXA A PLATEIA EM ÊXTASE NA DESPEDIDA EM SP


Morrissey no palco do Espaço das Américas. Foto de Amaury Nehn/AgNews

Morrissey não é um mero entertainment do show business. Nunca foi. Talvez por isso ele não tenha exatamente fãs e sim seguidores, pessoas que quando se apaixonam pela obra do artista buscam conhece-la por completo. Foi justamente uma enorme parcela deste público que o cantor e compositor inglês levou até o Espaço das Américas, em São Paulo, numa noite de domngo chuvosa e quente, próprias dos últimos dias de verão. A noite foi aberta pela cantora Kristeen Young, que pouca gente viu, já que a chuva e os engarrafamenos no entorno da Barrafunda impediram boa parte do público de chegar a tempo - inclusive este que vos escreve.

Antes mesmo de surgir no palco, Morrissey já vai fazendo a plateia se familiarizar com seu mundo todo próprio. Ele prepara o terreno com uma série de clipes de artistas do pop e rock dos anos 60 e início dos 70 - a maior parte nomes que tiveram poucos hits no Reino Unido e não são conhecidos do grande público. Sua entrada no palco é triunfal. O pano cai e ele surge de cara limpa, em primeiro plano, para delírio do público que o trata com devoção, com seus músicos vindos logo atrás - todos vestidos com uma camiseta vermelha com a inscrição: "Assad is shit' (Assad é um merda, referência ao presidente da Síria, Bashar al-Assad).

Os músicos pegam seus instrumentos e a celebração começa com First of the Gang to Die, uma das melhores músicas de sua trajetória solo. O som não está perfeito e Morrissey parece não ter aquecido a voz, cantando um pouco rouco. Mas quem se importa. Ele está ali na sua frente, fazendo caras e bocas, vestido numa camisa amarelo-ouro, e usando um crucifixo. Detalhes que boa parte do público não quer deixar passar e abre mão de curtir o show para se tornarem fotógrafos e cinegrafistas em tempo integral, atrapalhando quem está ali para se deleitar com a apresentação. Vivemos na era das redes sociais, onde o que é reproduzido vale mais que aquilo que é real.

Ao final de Alma Matters, a quarta música, Morrissey esbraveja: "São Paulo, I love you!", como forma de agradecer tamanha receptividade do público apaixonado por ele. O foco inicial são as músicas da carreira solo e assim ele obedece rigorosamente ao setlist que vem apresentando nesta turnê latino-americana. Mas é claro que há no ar uma ansiedade enorme pelas canções dos tempos da banda The Smiths. Still ill é a primeira a surgir no repertório. Por incrível que pareça esta foi a primeira música da banda a ser lançada no Brasil, já com um atraso típico daqueles tempos, no longínquo ano de 1985, através de um disquinho de plástico que vinha de brinde num dos primeiros números da revista Bizz. Puro delírio!

Depois vem um de seus primeiro hits em carreira solo, Everyday is like sunday, e o público canta a plenos pulmões. Satisfeito, Morrissey responde com simpatia em um redondo: "obrigadô". Ele troca a camisa amarela por uma preta que, posteriormente, ele irá jogá-la ao sacrifício para o público. Outras músicas são bem recebidas pelo público, como You´re the one for me, fatty! e Ouija Board, Ouija Board. Já outras são acompanhadas com respeito mas sem empolgação - sim, o público sente falta de boas músicas de sua trajetória solo como Suedehead, You´re gonna need someone on your side, Billy Budd, até as recentes Something is squeezing my skull e Ganglord, entre tantas outras. 

Morrissey não deixa de passar suas mensagens mais fortes. Critica ferozmente a visita do príncípe Harry ao Brasil: "A família Real quer apenas o seu dinheiro. Não dêem!" Já a próxima música dos Smiths é a incisiva bandeira vegetariana Meat is murder, que ressurge num arranjo ainda mais denso, dark. No telão são passadas imagens de sofrimento dos animais sendo abatidos. Aqueles mais sensíveis, preferem não olhar. É com certeza o momento mais pesado do show. Mas vamos aos momentos de maior delírio e aí nada supera There is a light that never goes out, com Morrissey deixando o título-refrão com o público. Sim, o clássico dos Smiths arranca lágrimas dos seguidores de Morrissey. Ele também parece se emocionar com tamanha demonstração de paixão. Ao final de I Know It´s over, outra dos tempos dos Smiths, ele parece embargar a voz.

O final é apoteótico com a sequência de Please, please, please let me get what I want e How soon is now? Morrissey e os músicos saem rapidamente do palco. Ele troca novamente a camisa, deixando a azul e retornando com a primeira amarelo-ouro, e todos retornam para o bis programado: One day goodbye will be farewell. E se despede adequadamente. Êxtase da plateia que tanto gritou: "Morrissey! Morrissey! Morrissey!"

Será que ainda se passará mais 12 anos até que mister Stephen Patrick Morrissey retorne ao Brasil? Provavelmente não. Três apresentações foram pouco para o tamanho do público que ele possui no Brasil. E, para um artista que vem reclamando que está sem gravadora, o dinheiro do brasileiro vem bem a calhar, não é verdade?

domingo, 11 de março de 2012


GÓTICO EM TONS FLÚOR NA PASSAGEM DO SISTERS OF MERCY POR SP


The Sisters of Mercy no palco do Via Funchal no último dia 10. Foto do IPhone de João Henrique Gondim

"Pô, meu... o cara me aparece careca, de barbicha e com uma camisa amarela!!!" Assim reclamava um fã do pós-punk de tonalidades góticas do Sisters of Mercy na saída do Via Funchal, ao final da noite do último sábado (10/3). A exclamação tinha até sua razão de ser, afinal o ícone dark Andrew Eldritch quebrou o dresscode do gênero e surgiu no palco com visual completamente fora do esperado, com destaque para camisa de tons flúor. Quem esperava aquela figura esquálida, de cabelos pretos escorridos e trajando sempre negro, viu um outro Eldritch no palco, onde apenas a voz de grave profundo e o indefectível óculos escuros faziam a ponte com a figura que estampava várias camisetas dos fãs presentes à casa noturna.

Apesar da surpresa com a quebra de paradigma, The Sisters of Mercy possivelmente fez uma de suas melhores apresentações no Brasil. Mesmo sem lançar álbum novo há 22 anos (o último foi Vision Thing, de 1990), o hoje quarteto cumpriu bem o papel de saciar fãs saudosos do rock alternativo da década de 80, que queriam sim reverenciar um dos pioneiros e mais influentes personagens da cultura gótica, que voltou forte neste século 21. Se misturaram na plateia do Via Funchal veteranos darks dos anos 80 com neo-góticos que tomaram mamadeira ao som de Bauhaus e Sisters of Mercy, que ainda capricharam no visual com longas capas pretas, correntes e maquiagem escura. Tarefa difícil foi encontrar alguém vestido com outra cor que não fosse o preto ali dentro.

A sua última passagem dos Sisters pelo país não deixou boas lembranças, com um set irregular e uma banda ainda tentando se afinar aos ditames do som idealizado por Eldritch desde a fundação da banda, em Leeds (Inglaterra), em 1980. Tudo bem que a durabilidade das formações sempre atrapalharam o desenvolvimento de uma carreira mais sólida e sempre comprovaram que The Sisters of Mercy é praticamente um codinome de Andrew Eldritch. Mas desta vez as guitarras de Chris May e Ben Christodoulou, e o apoio de Simon Denbigh nos teclados e programações, fizeram bem do que a cama para Eldritch passear por seus clássicos. A banda estava especialmente afiada, brilhando até em número instrumental, tangenciando o heavy-metal em certos momentos. May e Christodoulou também se garantiram nos vocais de apoio, fazendo a parte mais aguda, chegando mesmo a lembrar os tempos dos duelos de Eldritch e Wayne Hussey (depois The Mission).

É claro que os pontos altos foram os clássicos Dominion/Mother Russia, This Corrosion, First and Last and Always e até Temple of Love, esta já executada no bis. Se alguém esperava por No Time to Cry (sucesso até nas rádios pop no Brasil de meados dos anos 80), ficou a ver navios, afinal esta composição ficou para o legado da passagem do desafeto Hussey pela banda. 

sábado, 10 de março de 2012


CHICO PODERÁ FAZER PRÉ-INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE FEIRAS E EVENTOS

Ainda está tudo na base da especulação. Mas há chances de Chico Buarque apresentar seu novo show em Fortaleza já dentro do espaço do novo Centro de Feiras e Eventos. Não será a inauguração oficial mas é desejo de João Carlos Diógenes, da Arte Produções, montar uma super estrutura (padrão de teatro e não mesa de casa de shows) dentro de um dos dois pavilhões do novo equipamento do Governo do Ceará. Isto seria nos dias 26 e 27 de maio. A agenda do lugar já tem uma feira marcada para começar na semana seguinte, nos primeiros dias do mês de junho. João Carlos está negociando diretamente com o secretário de Turismo, Bismarck Maia, para liberar o prédio dias antes para esta pré-inauguração com chave de ouro.

Mas há o outro lado da moeda. Em conversa informal com Vinícius França, empresário de Chico Buarque, no hall do HSBC Brasil, em São Paulo, ontem (9/3), ele adiantou que prefere fazer no Siará Hall, que já é conhecido do artista. "Não é bom arriscar", disse. Mas por vias das dúvidas, nesta segunda-feira (12), um representante da equipe de produção de Chico Buarque vai estar em Fortaleza para conhecer o projeto da Arte Produções e visitar a obra do Centro de Eventos e Feiras. "O lugar está praticamente pronto. Falta muito pouco", adiantou João Carlos Diógenes há uma semana para este jornalista, quando apresentou o projeto que ele acredita agradará bastante ao público exigente de Chico Buarque.

A Arte Produções trabalha com as duas hipóteses. No caso de ser no Siará Hall, o show de Chico Buarque aconteceria nos dias 25 e 26 de maio próximo. Garantindo inclusive que a produtora cearense tentará ao máximo sanar os problemas de acústica atávicos da casa de shows da Washington Soares. Mas mesmo estas datas ainda poderão ser alteradas pela produção de Chico Buarque, que vem preferindo não confirmar datas de maneira tão antecipada.



CHICO, AS MULHERES E SEUS AMANTES


Chico Buarque sobre um palco é sempre um acontecimento, um happening para a cultura brasileira. Fortaleza aguarda ansiosa sua passagem. Se não vai ser em abril, como desejava a prefeita Luizianne Lins e seu staff, como atração do aniversário da capital cearense, que seja no final de maio como está planejado pela Arte Produções (de João Carlos Diógenes) dentro do braço nordestino da turnê Chico, que atualmente está em cartaz em São Paulo. Nesta segunda semana da temporada paulistana, pude conferir o alvoroço que Chico Buarque causa no público desta megalópole.

Poucos minutos antes do início do show, no hall do HSBC Brasil, Mário Canivello, assessor de imprensa de Chico Buarque, tinha me alertado para a diferença entre o público paulistano e o carioca. Segundo ele, o paulista parece mais frio e contido, presta atenção na hora da música, mas é efusivo e entusiasmado na hora das palmas. Isto é... é mais educado, menos histérico. Bem... não foi tão assim nesta noite de sexta (9). A galera estava até atiradinha a soltar gracejos com o artista e, em certo momento, até o desconcentrou. Chico até riu de algumas tiradas mais ousadas da plateia - e olha que não foi só a parcela feminina a soltar suas tiradas.

O HSBC Brasil é uma casa de shows espaçosa e confortável, na região Sul de São Paulo - bem distante da área da Paulista. A acústica não é perfeita mas é bem superior ao nosso sempre problemático Siará Hall (onde Chico se apresentou na última passagem por Fortaleza e forte candidata a novamente receber o artista este ano - mais na frente conto um pouco desta história). Com todos a postos em suas mesas ou balcões laterais, pontualmente às 22 horas, a casa baixa as luzes do salão e começa a série de vídeos dos patrocinadores e avisos tradicionais de não fumar (plenamente obedecido) e não fotografar ou filmar o espetáculo (já este é desobedecido, mas sem os exageros vistos aí em Fortaleza).

O show de fato começa por volta das 22h13min com o primeiro painel de Hélio Eichbauer (artista plástico que assina o belo cenário) subindo, descortinando a formação da banda tradicional e Chico entrando no palco para abrir os serviços com O Velho Francisco. A primeira coisa que chama atenção é a evolução como cantor que se mostrava nas turnês anteriores estagnou. Chico está ainda mais contido na voz, busca sempre os tons mais confortáveis, não arrisca voos. Mesmo assim busca variações aos arranjos originais, caminha pelos contracantos de forma elegante e sutil, amparado pelos vocais de Bia Paes Leme e o maestro Luiz Cláudio Ramos. Mesmo nos rápidos momentos que solta o violão e chega até a boca de cena, Chico o faz de maneira nervosa, rápida e dentro da máxima segurança possível - o público e o fato de ser uma persona pública ainda o amedronta e o deixa desconfortável.

Nota-se mais claramente o quanto Chico está contido quando Wilson das Neves sai de trás da bateria e ginga bonito com sua voz no dueto de Sou Eu, que emenda com Tereza da Praia, reinterpretando a clássica parceria de Dick Farney e Lúcio Alves. Aliás, já virou tradição os números de Das Neves nos shows de Chico, até porque o mestre da bateria tem ganhado bem mais espaço como compositor e cantor na música brasileira nestes anos de maturidade. Mais isso é mais pro fim do show. Antes Chico passeia por um repertório heterogêneo, abrindo grande destaque para as músicas do trabalho mais recente, que é executado por completo, começando por Querido diário, a música que causou polêmica pelo verso "Amar uma mulher sem orifício".

No palco, a inclusão do repertório completo do novo CD se justifica e o disco cresce, mostrando que é um trabalho bem mais acessível e redondo que os anteriores - o que pode ser notado pelo fato da plateia arriscar cantar alguns versos, coisa normalmente só constata durante os grandes clássicos da obra buarqueana. O que conclui-se que estas novas músicas estão ganhando tal status. Essa pequena e Se eu soubesse parecem ser as prediletas do público. Mas o ponto alto do repertório do show Chico é outro.

Sim, é quando Chico abre espaço para suas canções femininas que o espetáculo emociona, tira a plateia do sério, apimenta e os mais ousados respondem entusiasmados. Ele já arrebata o público com Bastidores, a música que compôs para Cauby Peixoto no início dos anos 80. E sim, os homens "bêbados e febris" também se rasgam por Chico Buarque, mesmo que ele evite os brilhos e prefira um discreto figurino todo no preto. Mas é com O Meu Amor, que ele nunca tinha cantado em show, Terezinha e Sob Medida que as temperaturas atingem seus níveis mais elevados. Chico as canta tímido e contido com sempre foi. Mas o público responde como se ele fosse o mais exuberante e dramático dos intérpretes. No meio disso aparecem Ana de Amsterdam e a sempre bela Anos Dourados.

Em meio a tantos clássicos, Geni e o Zepelim também se destaca. Pena que Cálice surja apenas como citação para saudar o "jovem artista" paulistano Criolo, rapper que se tornou revelação da música brasileira ano passado. A banda reforça o lado rock de Baioque, música que é resgatada no momento 'nordeste' do show, ao lado de A Violeira (outra de suas canções femininas), encerrado com Sinhá, a parceria de Chico e João Bosco que é um dos destaques do seu último disco. Então vem as músicas do bis devidamente programadas, mas nem por isso menos emocionadas para a plateia, especialmente na belíssima Futuros amantes. Sim, Chico tem admiradores e fãs que são verdadeiros amantes de sua obra de ontem e de hoje. E com certeza as futuras gerações continuarão amando Chico Buarque.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Caráter experimental

Depois de 22 anos a serviço do mercado editorial cearense - seis anos de Diário do Nordeste (1990-1996) e quase 16 anos de O Povo (1996-2012) - eu, Luciano Almeida Filho, resolvi seguir carreira "solo". Em caráter experimental estou abrindo o Blog do LAF. Por que caráter experimental? Porque posteriormente ganhará um design todo próprio do meu amigo Rafael Faustino (@rafauss) e talvez até novos nome e endereço. Por enquanto, é Blog do LAF. Por que LAF? Porque são minhas iniciais que sempre apareciam quando assinava no final de matérias secundárias e/ou coordenadas nos jornais. Como alguns amigos e colegas de trabalho passaram a me tratar por LAF, gostei e agora dá nome a esta empreitada.
Ah, e de que se trata este blog? De MÚSICA POPULAR, é claro! Pode ser MPB, POP, ROCK, REGIONAL, SOUL, SAMBA, BAIÃO (sua benção, mestre Luiz Gonzaga), BOSSA NOVA (saudações ao maestro Tom Jobim e ao icônico João Gilberto), FORRÓ, CHORO (evoé Pixinguinha e Jacob do Bandolim), FUNK (ao black & proud James Brown), DISCO, TECNO, ELECTRO, INDIE, HEAVY-METAL, BREGA (sim, eles também têm direito) e o que mais aparecer. Pode ser brasileira, norte-americana (ou estadunidense, como preferem alguns amigos), britânica, portuguesa (com certeza!), francesa, italiana, cubana (latino-americana em geral), africana, australiana, indiana, japonesa... Poderá ser um lançamento, um show, um comentário pertinente ao que está sendo discutido (ou não), novidades em geral e algumas cositas em primeira mão, né?